Esta nota foi escrita em resposta a reportagem do jornal Campus, no qual entrevista-se o reitor da UnB, José Geraldo, sobre a reforma da CEU:
A infeliz comparação feita pelo reitor entre reformar sua própria casa e a CEU demonstra claramente seu desconhecimento sobre a realidade de se morar em república e chega a ser uma tremenda ofensa a nós, moradores. Acredito que muitos estudantes concordam que morar em casa com a família e morar com pessoas desconhecidas são realidades distintas e incomparáveis. A privacidade, mesmo com quatro moradores por apartamento, é um sonho para os moradores da CEU. Tal situação vem causando vários problemas que diminuem a qualidade de vida e de estudo do morador, problemas esses que a administração da UnB tem se mostrado incompetente em resolver. O que podemos então esperar quando forem 6 ou 8 moradores por apartamento?! Afinal se são 330 moradores e 46 apartamentos em um bloco, dá cerca de 7,1 por apartamento. É dessa forma, com essa adminsitração falha que o reitor diz que são os moradores que "não entram em um consenso".
E mais, uma coisa é uma reforma que tem data pra começar e pra terminar, ai sim poderíamos pensar em nos submeter à situações mais desconfortáveis do que as atuais. Agora se a reforma do RU, que afeta a vida de mais de 5.000 mil usuários (entre estudantes e outros), prevista para terminar em fevereiro de 2009, foi "levemente" adiada por mais um ano, tendo como atual previsão fevereiro de 2010, que garantia um dos setores mais negligenciados da universidade tem para acreditar que a reforma se estenderá por apenas seis meses? E estamos falando de um prédio que se constata através de documentos a necessidade de uma reforma desde os anos 80! Pra quem não sabe, o motivo do atraso da reforma do RU foi exatamente por que não previram tudo o que precisava ser reformado, o que nos dá razão para duvidar do prazo previsto para a CEU.
Nós, estudantes e moradores da CEU, só podemos demonstrar nossa indignação para com o reitor e para com o jornal Campus que deveria ter procurado os moradores da CEU para averiguar a veracidade das declarações feitas pelo reitor, já que este nos culpou por sua incompetência administrativa em solucionar este impasse. A proposta de remanejamento elaborada pela AMCEU (Associação de Moradores da CEU), que não é paga para elaborar propostas, está dentro da verba que é atualmente destinada única e exclusivamente ao remanejamento dos estudantes para efetuar a reforma. A nossa proposta, inclusive, é R$ 913.468,80 reais mais barata que a proposta elaborada pelo DAC. Usar como desculpa a inviabilidade de alugar-se apartamentos para estudantes também é um argumento falho, afinal , quantas repúblicas estudantis não estão localizadas próximas a UnB?
Além disso, outro dado de grande relevância é o valor oferecido pelo MEC para a Assistência Estudantil da UnB. Através do PNAES, só em 2009, R$7.228.955,55 reais foram oferecidos unicamente para assistência estudantil e para 2010 estão previstos cerca de 9 milhões, além de toda a verba que a UnB naturalmente já destina a assistência estudanil . Alegar falta de verbas é a maior piada da administração da Universidade de Brasília, principalmente quando um centro de convenções às margens do lago, acaba de ser anunciado. Aí fica claro que é tudo uma questão de prioridades. A casa do estudante não é prioridade desta gestão, ou pelo menos isto é o que vêm sendo demonstrado em suas ações.
Proposta completa: www.amceu-unb.blogspot.com/2009/06/esclarecimento-sobre-reforma-da-ceu-e.html
Brasília, Novembro de 2010
Associação dos Moradores da Casa do Estudante Universitário, Gestão Metamorfose
Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães, Gestão Pra Fazer Diferente
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